A previsão – liderada pelo autor Humphrey Karamagi, do escritório da OMS em Brazzaville, República do Congo – foi aceita para publicação na revista BMJ Global Health.
O estudo prevê taxas de exposição mais baixas e uma propagação mais lenta do novo coronavírus na África do que em outras partes do mundo. Também prevê menos casos e mortes graves de COVID-19 do que em outras regiões, incluindo Estados Unidos e Europa.
No entanto, os aumentos relacionados nos cuidados hospitalares desviariam recursos já escassos para os principais problemas de saúde na África – como HIV, tuberculose, malária e desnutrição – que piorariam o impacto do novo coronavírus, alerta o estudo.
Os pesquisadores também observaram que serviços limitados de teste e diagnóstico e sistemas de monitoramento e coleta de dados ruins, principalmente nas áreas rurais, dificultariam ainda mais a resposta eficaz dos serviços de saúde africanos.
Comparado a outros países, o coronavírus pode demorar mais tempo na África, possivelmente por vários anos, disseram Karamagi e seus colegas.
“Esses desafios de capacidade do sistema destacam a necessidade de garantir o sucesso das medidas de contenção para evitar a necessidade de medidas de mitigação que, apesar de relativamente poucos casos esperados na região, serão difíceis de instituir”, disseram eles em um comunicado de imprensa da revista.
Eles acrescentaram que o sucesso das medidas de contenção, como rastreamento de contatos, isolamento, lavagem das mãos e distanciamento físico, é fundamental.
Os pesquisadores pediram aos 47 países da região africana da OMS que expandissem a capacidade hospitalar para enfrentar a ameaça.
Fonte: www.webmd.com